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Mostrando postagens de 2021

[silêncio]

Lá estava eu atendendo as dezenas de fichas que recebo no plantão. Eis que no meio da rotina recebo a ficha de um homem jovem com dor de cabeça, sem comorbidades, aparentemente sem sinais de gravidade. Chamei. Enquanto eu questionava e examinava ele,  percebi uma postura diferente e resolvi perguntar de novo se ele tinha alguma doença ou condição de saúde mental.  Era isso. Ele tinha depressão e tinha parado o tratamento por conta própria.  Acolhi o melhor que pude, no tempo que a emergência permite, e então abaixei os olhos para prescrever.  Então ele tocou a minha mão.  Então eu parei o que estava fazendo e olhei nos olhos dele. [silêncio] Por quanto tempo vamos sustentar esse toque e esse silêncio? Deixei que ele decidisse. Eu vi tanta profundidade naquele olhar que me senti desconfortável.  Tanta profundidade que cheguei perto de chorar. Em parte porque senti que também fui vista, e portanto vulnerável.  [silêncio] Ele recolheu a mão. Olhou para baixo. Me dei por satisfeita e conti

Sobrevivi

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Outro dia desabafei dizendo como a finalização da faculdade não estava me trazendo bons sentimentos, e o quanto eu me sentia insegura para estar nos meus primeiros plantões. Bom, aqui estou após a minha primeira semana de plantonista. Sobrevivi. Consegui emprego em dois lugares, o que está sendo ótimo. Acho melhor do que ter vários plantões espalhados nas pequenas cidades dos arredores. Primeiro plantão de todos, na emergência de um hospital de uma cidadezinha aqui próxima. Conferindo doses de todos os medicamentos prescritos, e justamente por isso demorando mais do que o esperado nos atendimentos. Eu conversava demais também, mas me corrigi porque percebi que não dá pra fazer isso na emergência. A equipe que me salvou várias vezes, todo mundo muito parceiro, compensando minha inexperiência. Deu certo. Após um parto, estabilização de pacientes baleados, uma barata retirada de um ouvido e várias outras coisinhas... sobrevivi. Dois dias depois lá estava eu pronta para duvidar de minha ca

o post iria se chamar /vergonha literária/ mas no meio do texto descobri que não

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No ano passado eu consegui ler bastante, atingi minha meta literária. Bom, na verdade eu não tinha nenhuma meta, mas se eu tivesse com certeza teria atingido. Foi um reencontro com minha eu-leitora, em grande parte por causa da aquisição do kindle, mas também por causa do tempo "livre", já que eu estava total de quarentena e completamente de saco cheio das redes sociais (ainda estou, porém menos). Li vinte e sete livros de nichos bem diversificados, e consegui fazer resenhas de vários. Esperava que em 2021 eu conseguisse ler pelo menos um livro por mês. Sim, dessa vez estipulei a meta de doze livros. E surpreendentemente consegui ler quatorze. Eu não imaginava que tivesse conseguido ler tanto.  Nos últimos meses eu li bem pouco, demorei demais para finalizar as leituras, e li alguns livros bem curtos em HQ, conto ou ensaio, por exemplo. Escrevi bem menos resenhas também, em parte porque não tinha tempo, e em parte porque queria me expor menos.  Inclusive, por falar em exposiç

Eu tô de ressaca

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Sabe quando você bebe um tanto além da conta, fala umas besteiras que no dia seguinte você nem lembra direito o que que foi mesmo, só que fica aquela impressãozinha de que foram coisas terríveis...? A impressãozinha cresce e tudo o que você consegue pensar é que se você não lembra de ter falado ou feito uma coisa terrível é porque você esqueceu. Deve ter esquecido, afinal COM CERTEZA você cometeu algum deslize e todos perceberam o quão ridícula você é. Eu tô de ressaca. Mas eu não bebi. Eu to pertinho de me formar. Quem é que tá me deixando formar? A ressaca é de pensar em tudo que estudei nos últimos anos e que não me lembro mais. É da certeza de que vou fazer alguma coisa terrível (se é que não já fiz). Em algum momento vão perceber o quão ridícula eu sou.  É síndrome da impostora que chama, né? Mas assim como na ressaca, a vontade que dá é me esconder bem, onde ninguém possa me ver, porque se eu me mostrar, me destacar, fica mais fácil perceber os meus erros. A alegria de finalizar

Tô de saco cheio

Será que explico o que houve desta vez para que eu acabasse em mais um hiatus? Em resumo: a minha rotina está louca. Ou eu estou louca. Não sei o que vem primeiro.  Eu to bem de saco cheio de tudo, e vou voltar a fazer minhas coisinhas como se nada tivesse acontecido. Então vamos de conversas aleatórias? Vamo. Não aguento mais o instagram. Diminuí consideravelmente o meu tempo de uso, e fiquei chocada quando uma amiga veio falar comigo pra tirar uma dúvida sobre um recurso do story e não soube ajudar. Sendo que há pouco tempo eu era diretora de marketing de duas instituições da faculdade. Enfim a obsolescência. Mas não tô nem um pouco incomodada com isso, apenas achei curioso. Tenho usado muito mais o twitter. Criei no início do ano, pra acompanhar o BBB. Achei que iria parar de usar quando o programa acabasse, mas tô lá até hoje, com meus poucos seguidores e sem interesse nenhum em virar hit. Vez ou outra fico de saco cheio com as discussões nada a ver que rolam, mas passa, porque não

Livro | A coragem de ser imperfeito (Brené Brown)

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Essa leitura foi uma indicação da minha psicóloga. Trata-se de um livro que disseca os temas vulnerabilidade e vergonha. Bom, daí você porque que a minha psicóloga me indicou ele.  A autora nos convida a abraçar nossas vulnerabilidades e tentar contrapor os desafios. Vai dar medo de falhar? Sim. Mas, como diria Roosevelt, se falharmos falharemos com ousadia. Como seres humanos a nossa principal premissa é estabelecer vínculos, e relações humanas genuínas só podem ocorrer no terreno da vulnerabilidade, quando nos sentimos seguros para nos entregarmos realmente. A vergonha nos leva a reagir de forma desproporcional, negativamente, com raiva. A partir da leitura deste livro - e acredito que também por causa da minha terapia cognitiva comportamental - consigo perceber com mais clareza os momentos em que sinto essa vergonha, essa sensação de não ser boa o bastante, de ter cometido um erro, que é algo além de sentir culpa por uma coisa específica, mas um sentimento de inadequação que permane

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Posso dizer que minha rotina mudou bruscamente desde que me mudei temporariamente para um lugar onde não conheço praticamente ninguém, iniciar um estágio de uma área a qual não sou muito afeiçoada - na verdade tinha grande resistência, mas é um estágio obrigatório, e creio que preciso trabalhar melhor as áreas as quais tenho menos afinidade.  E quais são as áreas com as quais tenho afinidade? Difícil. Outro dia fui a um evento a convite da minha mãe - primeiro evento a que compareço desde o início da pandemia. E quando as pessoas começaram a me perguntar qual especialidade eu queria seguir inventei de dizer "geriatria". Porque quando digo que ainda não sei, bate uma bad. E por um dia eu queria fazer de conta que sei o que quero da vida.  Continuo sem saber o que quero da vida, com a consciência de que o tempo está passando e estou cada vez mais perto do final de um ciclo. Mas naquele dia, fazer de conta me deu um alívio danado. E sabe a área que eu não tinha assim tanta afini

Sobre um dia em que eu gritei porque já estava guardando demais

Porque será que eu sinto toda essa dor?  Preciso dizer para mim mesma que é justificável. Que não é desproporcional. A vida toda eu me senti desproporcional, e inadequada por sentir tanto. Cá estou rodeada de sofrimento. Sentindo as costas, o peso, o cansaço no fundo dos olhos, o sono não reparador. Mas porque?  porcausadaminharelaçãofamiliarcomplicadaedaspessoasquemecobrammasnãofazemomesmopormimpelotantodemmortesquetemocorridoequecadavezmefazemrefletiracercadafinitudedavidaetodaapressãoquetenhosentidoagoratãopertodeformaresensaçãodenãosercapazdeserumaboaprofissionalepelolutoquenãomepermitovivermeudeusaminhatiamorreueunãomeautorizeiasentirissopeladistâncianãomeautorizeiasentirissojuntocomaminhafamíliaelogologovouprecisarmemudareseiqueopróximorodízioéomeupontofracoéoqueeumenostenhoconfiançachegoemcasasempretãocansadasemvontadedefazernadaanãosertomarbanhoedormirseráqueissojustifica? Será que justifica?

Livro | Matéria Escura (Blake Crouch)

Vez ou outra preciso de um livro eletrizante que me faça lembrar dos tempos de adolescência quando eu não tinha nada o que fazer e terminava livros de suspense em um dia porque simplesmente não conseguia largar o livro. A sensação Matéria Escura é essa.  O nosso protagonista, Jason Dessen, tem uma vida feliz sendo casado com Daniela que tanto ama, com seu filho adolescente, sua carreira como professor de física em uma faculdade local. Tudo está maravilhoso, mas será que poderia ser melhor?  Certo dia Jason é sequestrado e acorda em um mundo onde ele nunca casou com Daniela. E é a partir daí que a eletrizante história se desenrola. Bebendo da fonte da física quântica e da teoria do multiverso - explicado de uma forma que até eu consegui entender - temos na mão uma dinâmica de ação e suspense, permeada por reflexões tocantes acerca do amor do protagonista pela sua família, sobre as escolhas que fazemos no decorrer da vida, e sobre o que nos torna únicos. Tudo leva a crer que minha ident

Na roça

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Depois de uns 3 anos sem ir em Piritiba, já estava com saudades de meu avô. No último final de semana fui fazer uma visita. A viagem de quase quatro horas passou tranquila porque eu baixei vários episódios de podcast pra ir ouvindo no caminho. Atualmente me encontro viciada em "Não Inviabilize" e em "É você Satanás?".  A visita foi rápida, apenas um final de semana. E eu estava anormalmente cansada. Mas de qualquer forma foi muito bom. Eu adoro ir pra Piritiba, podem se passar anos e anos, mas é incrível como tudo continua no mesmo lugar.  Este post é na verdade uma desculpa pra eu postar essas fotos da roça.           

ai, que ódio

hoje me aconteceu algo que me deixou com muita raiva. ódio. algo envolvendo o transporte público de feira de santana. uma história um pouco desinteressante, que não vale a pena contar. bom, boa parte das coisas que conto são desinteressantes e eu tento, muitas vezes sem sucesso, torna-las interessantes a partir de minha narrativa. mas por que estou contando sobre algo que não vou contar?  porque fiquei com ódio. pensei em mandar mensagem pra alguém pra desabafar meu ódio. mas desci antes do meu ponto, e vim sozinha pela rua, uma avenida bastante movimentada de carros, mas com pouco movimento de pedestres. apertei o passo, pra chegar rápido em casa, e preferi não pegar o celular pra mandar mensagem pra ninguém. quando chegasse em casa eu mandaria. fui andando. pensando e remoendo o ocorrido. descontando o ódio nas minhas passadas rápidas. e quando cheguei em casa o ódio já tinha passado, e não contei a história para ninguém. talvez tenha falado a respeito de forma trivial com uma ou dua

Dia da amargura (a mensagem que não vou enviar para o meu pai)

A cada ano esta data me remete a um sentimento diferente. Não que a minha relação com meu pai se transforme. Nossa relação está estagnada em 1997, quando fui abandonada. Eu que me transformo, apesar de não superar, o que fica claro quando chego a me dar ao trabalho de escrever um texto a esse respeito.  As vezes eu estou muito bem e então penso em como eu o amo apesar dele não merecer, ou então penso nas figuras masculinas que tive na vida, para além do meu genitor. As vezes eu fico muito triste, e o culpo por meus problemas, penso em tudo que perdi por não tê-lo por perto, e como era difícil, principalmente durante a infância. As vezes fico com ódio, dele por ser tão ausente, e de mim por me importar tanto.  Hoje eu tô bem recalcada. Não quero nem entrar nas redes sociais porque está me fazendo mal ver tanta gente feliz com seus pais presentes. E até acredito que meu pai seja bom para aqueles filhos que ele ainda não abandonou (somos quatro ao todo), eu gostaria que isso não me afetas

F

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Ontem recebi uma notícia triste, a morte de uma professora que foi essencial na minha jornada acadêmica. Aprendi tanto, mas tanto... A ser questionadora, a enxergar fora da caixa. A descolonizar, desconstruir, transversalisar. Mas não somente isso, ela me fez me sentir muito querida, e ao mesmo tempo não. Isso me deu uma dimensão da importância da minha voz, e da dureza da vida real.  Com ela fui introduzida aos estudos de gênero e qualidade de vida essenciais para a formação profissional e pessoal. Aprendi epistemiologias outras, saí do tradicional e nunca mais voltei. Isso é gigante. E seu sorriso era contagiante. Era poesia.  Fran era uma mulher trans, ativista, negra, doutora, professora apaixonada pela arte de ensinar. Sou grata por ter tido a oportunidade de conhecê-la, conviver, discutir e fazer ciência com ela.  Tivemos entraves pelo caminho, e tínhamos discordâncias, afinal ninguém é perfeito, e todo esse conjunto enaltace a beleza e a inspiração que a existência dela e que o

Mercúrio está retrógrado?

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Hoje tive um dia  Como definir? Caótico? Caótico não é bem a palavra. A menos que você creia que o caos é bom. Estou confusa. E talvez isso também seja um reflexo do dia. Do começo, então? Levantei da cama trinta minutos atrasada. Eu gosto de ter uma hora inteira pra me arrumar sem pressa, mas consigo tranquilamente ficar pronta em meia hora. O dia começou tão preguiçoso, frio e nublado, que me atrasei de qualquer forma e quase perdi o ônibus. De longe o vi chegando e corri. E alcancei. Cheguei no hospital suada e desconfortável. O dia não iria ser bom. Troquei de roupa e fui ver a lista dos pacientes: enfermaria lotada. Visitei uma parte deles e fui fazer as evoluções. Ora, acho que não preciso de tantos detalhes para relatar a energia caótica do dia. Talvez quanto menos detalhes, mais eu consiga transmitir a sensação. Eu sou como um Mister M que revela seus truques, não sou? Leito 1 Criança com suspeita de doença grave, pais ansiosos, me fazem perguntas difíceis. Não

Escrever escrever escrever

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Faz tempo que não escrevo. Quantas vezes já escrevi sobre o fato de fazer tempo que não escrevia? Algumas.  Até que tenho escrito de vez em quando, mas de forma privada. Só que as vezes me vem essa sensação de querer falar ao mundo, sabe? Não apenas colocar para fora, mas necessariamente organizar o pensamento e trabalhar ele até se tornar palatável. Bonito, talvez.  Pelo menos pra mim.  Pelo menos. Sempre que faço isso me sinto tão bem. Mas por que não me mantenho fazendo?  Como quando faço uma sessão de yoga e me sinto extremamente bem. Já cheguei a manter esse hábito de forma regular por um mês inteirinho. Grande feito. E fui enganada. Me enganaram dizendo que para consolidar um hábito você precisa de 21 dias de constância. Não funcionou para mim. Tenho dificuldade em seguir dicas de produtividade, apesar de ser completamente obcecada pelo tema. Incoerências? Quando escrevo esses textos desconexos - desorganizados? - que viajam demais entre um parágrafo e outro lembro de um comentár

Livro | VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue (Cesar Bravo)

Já contei por aqui o quanto eu gosto das indicações de Adriana do Redatora de Merda , mas não custa reforçar. Ela é fã de terror, suspense e desgraçamento de mente e sempre indica conteúdos impactantes. Com VHS não foi diferente. Esse livro é um prato cheio pra quem curte terror. VHS: Verdadeiras Histórias de Sangue promove uma imersão no gênero terror através de contos que se encontram na cidade fictícia de Três Rios e  circunvizinhança. Dessa forma Cesar Bravo cria toda uma mitologia envolvendo a região através de seus contos perturbadores. E vale destacar que o autor é brasileiro. Bom demais. O livro é um lançamento da DarkSide Books, então já é de se imaginar o quanto a edição é belíssima. A princípio vemos recortes variados de jornais, folhetos, notas fictícias que entregam um tom documental e trazem uma ambientação muito boa antes mesmo dos contos se iniciarem. Não vou falar de cada conto um por um, mas o primeiro precisa ser registrado. Trata-se de uma ótima apresentação do que

Livro | Meia-noite e vinte (Daniel Galera)

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Ganhei esse livro de presente de um amigo. Ele leu, amou, me indicou e depois me presenteou com o livro pra me obrigar a ler, e ainda com a missão de discutirmos sobre ele depois. Esse é o melhor tipo de leitura, aquela que você pode discutir com alguém depois. E esse livro, em especial, é uma leitura um pouco fora do convencional, tanto que as resenhas dele variam bastante entre o amei/detestei. E geralmente as indicações de Lucas são todas assim. Um adendo: A essa altura vocês já sabem que não faço resenhas, não é? Só jogo umas ideias e vamo ver no que dá. A história contada em Meia-noite e vinte não é linear, mas é permeada de flashbacks  que fizeram com que eu desistisse de entender a temporalidade das coisas. O livro se passa na Porto Alegre de 2014 e conta a história do reencontro de 3 amigos após a morte Andrei, que seria o elo do quarteto. Andrei era um artista. Aliás, na verdade, o quarteto composto por ele, Emiliano, Aurora e Antero era um grupo de artistas, mas apenas o Duq

Mascarada é confundida na rua

Estava andando, voltando da casa da minha avó. Fazendo um caminho por ruas que já conheço de cor. De longe avisto uma mulher saindo de uma lojinha,  ela olha pra mim por um instante e me cumprimenta. Eu não a reconheço, mas resolvo responder o cumprimento por educação. Em seguida, ainda de longe ela fala "e então, vai querer pitaya hoje?". Pensei em dizer "a senhora deve estar me confundindo, não  costumo comprar pitaya". Mas por preguiça e divertimento simplifiquei as coisas e respondi "hoje nao", e sorri de volta. Sorri com os olhos, claro. Nada de mais, mas a gente pega os pequenos divertimentos do dia mesmo. 

Leitura dinâmica

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Me desculpe, Clarice. Eu estava lendo, mas ouvi um som de notificação e parei pra ver qual era a mensagem que havia chegado. Ironicamente era uma mensagem do clube do livro, que me levou a um buraco de Coelho na Internet, procurando informações sobre o livro do mês.  Me desculpe, Clarice.  Eu voltei a ler, mas então quis colocar uma música para entrar no clima. E me perdi em um buraco de coelho buscando por alguns lançamentos musicais que eu estava querendo ouvir.  Me desculpe, Kalli.  Coloquei a música, mas então não me concentrei o suficiente nem na leitura e nem na música e assim não pude aproveitar nenhum dos dois de uma forma plena. Quando volto me deparo com o trecho acima. Paro, reflito. Voltarei a ler com atenção. Mas só depois de largar o livro mais uma vez afim de escrever a respeito na minha já ultrapassada rede social. E olhe que esta rede é uma espécie de resistência à falta de tempo da humanidade que Tom já fala em 1971, quando mal tínhamos Internet.