Dia da amargura (a mensagem que não vou enviar para o meu pai)

A cada ano esta data me remete a um sentimento diferente. Não que a minha relação com meu pai se transforme. Nossa relação está estagnada em 1997, quando fui abandonada. Eu que me transformo, apesar de não superar, o que fica claro quando chego a me dar ao trabalho de escrever um texto a esse respeito. 

As vezes eu estou muito bem e então penso em como eu o amo apesar dele não merecer, ou então penso nas figuras masculinas que tive na vida, para além do meu genitor. As vezes eu fico muito triste, e o culpo por meus problemas, penso em tudo que perdi por não tê-lo por perto, e como era difícil, principalmente durante a infância. As vezes fico com ódio, dele por ser tão ausente, e de mim por me importar tanto. 

Hoje eu tô bem recalcada. Não quero nem entrar nas redes sociais porque está me fazendo mal ver tanta gente feliz com seus pais presentes. E até acredito que meu pai seja bom para aqueles filhos que ele ainda não abandonou (somos quatro ao todo), eu gostaria que isso não me afetasse, mas infelizmente não consigo ser indiferente como gostaria de ser. 

O post de hoje é isso: eu me autorizando a sentir ódio, a não ser altruísta, e ter recalque e ficar quieta no meu canto remoendo minha amargura.

Comentários

  1. Genial!
    Que bom ver você se autorizando a falar e até tendo o trabalho de escrever sobre isso. Nunca vi você falar sobre o assunto abertamente, mas imaginava o quanto isso incomodava você. Tá mudada, hein menina????

    OBS.: 70% do povo que esbanja felicidade em rede social mente que nem sente.

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