Livro | A Menina que Não Sabia Ler

Acredito que muitos leitores vão em busca d'A Menina que Não Sabia Ler inspirados pela estética da capa e pelo nome que sugere algo parecido ao maravilhoso A Menina que Roubava Livros. Pelo menos comigo foi assim. Quebrei a cara. O livro nada tem a ver com essa capa leve e bonitinha.

Tudo jogo de marketing. Observe:

Na primeira capa você espera um livro leve, na segunda você espera algo mais macabro. Pois então, a primeira capa, a brasileira, está mentindo. Pode esperar por um livro tão sombrio quanto a capa original sugere.

"(...) e, depois de ter forçado o beijo a que alegava ter direito, deixou-me chorando junto ao lago, não só beijada grosseiramente, mas também com uma poesia ruim. Eis como acaba a ode de Van Hoosier, assim você entenderá por si mesmo: 
Quem é que sendo um pouco inteligente
Não gostaria de beijar Florence?"
Trata-se de um romance gótico. O primeiro que leio do gênero. Sabe que depois me deu vontade de conhecer algum Edgar Allan Poe? A história gira em torno de Florence e Giles, dois irmãos que vivem numa grande e negligenciada propriedade mantida pelo tio deles e sob a tutela de uma governanta. A vida deles anda muito bem até que Giles vai para um internato e Florence se vê sozinha e desamparada. Até que ela encontra a biblioteca, local estritamente proibido, e isso é bem notório pelas densas camadas de poeira que lá se encontram.

Quando Florence finalmente tem seu amado irmão de volta e continua a desfrutar secretamente do mundo literário, eis que aparece a nova preceptora, a srta. Taylor, para tirar dela a sua felicidade. Daí por diante o livro ruma por momentos que parecem ser puramente a imaginação de Florence como acontecimentos fantásticos, pesadelos e cenas macabras, nas quais a garota percebe a tutora como um ser maligno que quer levar embora o seu irmão. É então que Florence se vê decidida a fazer qualquer coisa para ter de volta a sua felicidade.

Theo, o amigo apaixonado, desajeitado, doente e autor de poemas ruins era um personagem muito cativante e ao qual Florence tinha uma grande afeição, o que tornou o desfecho ainda mais sinistro.
Porém o clima de tensão e a velocidade dos acontecimentos do clímax me deixou vidrada para terminar logo de ler, mas ao terminar ainda fiquei com muitas dúvidas, as quais sanei com minha própria imaginação.
Nunca li nada tão infantil e ao mesmo tempo tão obscuro. Ana Carolina (Skoob)

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