Pequenas alegrias

Recentemente fiz uma croniquinha sobre um dia extremamente mediano. Daí ontem tive um dia bem trivial com pequenas alegrias e pensei em escrever sobre. E agora, me dando conta disso fico um pouco incomodada por essas trivialidades me parecerem tão interessantes. Talvez isso não devesse me incomodar, significa que desabsorvida de qualquer rotina me sobra bastante tempo para observar as pequenas coisa do cotidiano e ser afetada por elas.

Como um amigo que ama grupos de whatsapp e contagens regressivas não deixa de me lembrar (ele altera o nome do nosso grupo de quarentena todos os dias com a contagem regressiva para o retorno do nosso estágio): faltam 23 dias. Ai, que frio na barriga. Estou a tanto tempo me preparando para esse retorno que me perdi nos meus preparativos, e 23 dias me parece pouco tempo para ficar pronta. Esse "ficar pronta" nem existe, mas por mais que racionalmente eu conceba a ideia, a ansiedade não me deixa ter sossego.

Mas retornando, eu tenho o carma de sofrer de sensibilidade como de doença, como diria Clarice. Lido com isso. A rotina pode me absorver, mas eu não deixo de observar. Talvez apenas falte tempo para depois escrever e/ou refletir a respeito, como estou fazendo agora. 

E como faço desde os primórdios deste blog comecei pensando em escrever sobre uma coisa, me perco pelo meio, e termino falando de outra. Este blog em si é uma contradição: possui a consistência de existir há uma década e ao mesmo tempo ser completamente livre e inconsistente. 

A essa altura ainda vale a pena relatar as trivialidades que me deixaram tão feliz ontem?

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