Sábado

Acordei achando que hoje era sábado. 

Achar que hoje era sábado tinha uma certa lógica na minha mente. Não foi como no dia em que acordei e tinha certeza de que o mundo tinha acabado porque por milésimos de segundo olhei para a janela em frente à minha cama e enxerguei tudo branco: não havia céu ou nuvens. Tudo branco. Senti meu coração palpitar e então a lógica me retornou, meus olhos se ajustaram a luminosidade e o céu azul surgiu na minha janela. Foi um breve momento de desespero.

Hoje ao ser acordada pelo gato (e abro um parêntese para afirmar que agir como despertador certamente é uma das funções inalienáveis dos gatos domésticos), entrei num pequeno desespero por achar que era sábado. Usei minha lógica, que descrevo a seguir, e permaneci no equívoco por algum tempo: 

Tive o perfeitamente razoável pensamento de que uma encomenda minha atrasou devido a greve dos correios. E que os correios só tem funcionado dia de segunda, quarta e sexta. E eu não me lembrava do resultado da reunião marcada para quarta, o que deveria significar que perdi tanto a reunião e quanto a encomenda. "Agora só semana que vem", pensei.

Não faz sentido mesmo. Mas em meu cérebro entorpecido de pessoa que acabara de despertar (por meio do gato-despertador) me parecia muito plausível.


O despertador flagrado momentos antes de desempenhar sua função

Já estava me programando para correr atrás do tempo perdido. Iria entrar em contato com meus colegas para saber do resultado da reunião que perdi. E então resolvi consultar o calendário do meu bullet journal (sou essa pessoa digitalmente influenciável que usa bullet journal). 

No calendário vi que 2 de setembro é uma quarta-feira.

Não perdi a reunião. E sigo esperando a encomenda.

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