Livro | O Apanhador no Campo de Centeio


Eu estava assistindo Criminal Minds,e Reid se referiu a esse livro como o favorito dos serial killers. Por alguma razão ele estava na estante "vou ler" do Skoob, então resolvi ler. Criei enormes expectativas a respeito do livro e, lamento dizer, me decepcionei. 

No início pensei que vocabulário paupérrimo de Holden, personagem principal e narrador do livro, tornaria a leitura mais divertida. Não ligo para as gírias do tempo do ronca, mas ele repetia demais expressões como "no duro" ou "coisa que o valha". Eu até entendo, os adolescentes falam assim mesmo, repetem os mesmos bordões o tempo todo, e Holden chega até a se explicar: "Eu também vivo dizendo 'Puxa!', em parte porque tenho um vocabulário horroroso, e em parte porque às vezes me comporto como se fosse um garoto."

Holden é de certa forma contraditório. Ele chama todo mundo (com exceção de seus irmãos e de umas freiras que ele acaba conversando e Jane) de cretino, abomina rapazes que tentam tirar vantagem das garotas e pessoas que se sentem o máximo. Ele odeia tudo e todos. Em determinado momento quando desafiam ele a dizer alguma coisa da qual ele goste, Holden não consegue pensar em nada além do seu irmão que morreu e da irmã mais nova, Phoebe. Mas ao mesmo tempo em que é tão revoltado ele consegue ser singelo, cativante.

A história começa quando nosso protagonista é expulso (de novo!) do colégio interno e resolve fugir. Mas ele não quer ir direto pra casa antes das férias (que ainda vão durar quatro dias) e ter que se explicar pros seus pais. Portanto ele vai pra rua matar seu tempo. É apenas isso: um garoto de 16 anos matando seu tempo. Durante esse período ele se embaraça com prostitutas, reencontra velhos companheiros, vai para diversos bares, conhece uma porção de gente entre coroas saidinhas e freiras legais. Ele liga e sai com uma menina da qual não gosta da muito, enquanto durante todo o tempo de sua "aventura" está pensando em Jane, mas nunca consegue coragem de ligar pra ela.
Juro por Deus que, se eu fosse um pianista, ou um autor, ou coisa que o valha, e todos aqueles bobalhões me achassem fabuloso, ia ter raiva de viver. Não ia querer nem que me aplaudissem. As pessoas sempre batem palmas pelas coisas erradas. Se eu fosse pianista, ia tocar dentro de um armário.
Holden às vezes me lembra uma pessoa que conheço. Eu gostei dele, mas não do livro, entende?
Achei chato, desconexo, senti falta de um clímax, é, acho que foi isso. Demorei bastante tempo pra ler, e cheguei a pensar em largar, mas sou teimosa ou certinha demais pra isso. E fiz bem, se não tivesse continuado nunca teria entendido o título e passado a gostar um pouquinho mais do livro.

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