Livro | A Cura de Schopenhauer


Nos Agradecimentos Irvin D. Yalom chama sua obra de "estranha mistura de ficção, psicobiografia e pedagogia da psicoterapia". Terminei de ler me sentindo realmente uma aluna estudando sobre psicotrapia, e digo mais: achei interessantíssimo.

- Eu diria que Schopenhauer curou você, mas agora você precisa se curar dele. - disse Tony (p. 573)
Não sei bem por qual motivo me interessei por esse livro. Não conheço outras obras do autor e nunca tinha ouvido falar desse tal de Schopenhauer, aliás, antes de começar a ler, perdoe a ignorância, eu pensava que Artur Schopenhauer era um mero personagem fictício. Além disso as 614 páginas me fizeram desanimar. Tanto é que só comecei a lê-lo agora, depois de 7 meses de tê-lo adquirido.
Demorei pra começar a ler, mas digo que foi numa ótima fase da minha vida. Comecei a ler logo após uma conversa que tive com um amigo e que me fez pensar sobre mim mesma, sobre a forma que eu me expressava e sentia, e a partir de então passei a valorizar três qualidades: objetividade, sinceridade e clareza.
Gosto de livros que me proporcionam essa reflexão.

No primeiro momento simpatizei com Julius e fiquei curiosa sobre a forma com a qual ele iria lidar com seu problema. Tudo só ficou ainda mais interessante com a introdução de Philip. Gosto de personagens problemáticos e imprevisíveis, e ele é um desses. Em contrapartida, achava os capítulos sobre Artur um saco! - sempre me irritei com livros que intercalavam os capítulos, criando uma espécie de suspense, mas sempre dava certo comigo e eu prosseguia lendo - Mas com a evolução da leitura vi como as duas (ou seriam as três?) histórias estavam interligadas e me interessei mais pela vida infeliz desse filósofo brilhante e pessimista.

O mundo assume um aspecto sorridente quando temos motivo para nos alegrar e um ar sombrio quando pesa sobre nós a tristeza. (p. 409)

Meus capítulos preferidos foram os das sessões da terapia em grupo. Os personagens evoluíam e sempre faziam observações interessantes. Consegui me identificar em quase todos eles e em determinados momentos parecia até que o texto era direcionado a mim.

Em certos aspectos me identifiquei com Shopenhauer. O achei fascinante. Gênio e louco.

Que desapontamento encontrar um pensador tão importante, mas tão agressivo; com tanta visão e, ao mesmo tempo, tão cego. (p. 366)

Devemos encarar com tolerância toda loucura, fracasso e vício dos outros, sabendo que encaramos apenas nossa própria loucura, fracasso e vício. Pois eles são os fracassos da humanidade à qual também pertencemos e assim temos os mesmos fracassos em nós. Não devemos nos indignar com os outros por esses vícios apenas por não aparecerem em nós naquele momento. (p. 561)

Fico sem palavras para descrever a grandiosidade desse filósofo. 


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