Livro | A Dança com Dragões

Olha, ler esse livro foi um problema, viu? Peguei emprestado com um amigo e fui lendo até que percebi que alguns capítulos estavam repetidos substituindo as páginas que deveriam estar lá. Vacilo do meu amigo, já que essa edição realmente sofreu um recall por causa de defeitos como esse. Li esses três capítulos na clandestinidade e conferi o livro tooodo pra ver se esse era o único defeito.

Preciso reafirmar que sou fã de George R. R. Martin? Só ele pra me fazer arrumar tempo pra ler um livro de 800 páginas no meio de um semestre tão atarefado como foi esse meu último. Mais um motivo pra eu ter demorado tanto pra terminar de ler, além do quê, estar com um livro emprestado é complicado... Fico preocupada em levar pra todos os lugares que vou e danificar o livro durante a viagem; sem contar que é preciso muita força nos músculos para segurar esse livro numa fila de banco ou na bagagem de mão (e eu viajei bastante! Eu li a maior parte de As Terras Devastadas dentro de ônibus e em casas de parentes, estava lendo os dois livros simultaneamente).

Cada fim de capítulo deixa uma pontinha solta que me faz ficar impaciente por chegar ao próximo capítulo no qual aquele personagem é central novamente.

É simplesmente incrível a forma como George conduz a narração alternando entre os personagens nos proporcionando uma visão tão ampla que fica difícil até escolher pra quem torcer. Até mesmo porque Martin não se apega a ninguém. Cada virar de página é totalmente imprevisível. Quando algum personagem chega a um momento de calmaria pode ter certeza que isso não vai durar por muito tempo e alguma reviravolta está prestes a acontecer.

Se você está lendo os volumes anteriores se apegue bem às histórias e se lembre dos personagens que desaparecem de um núcleo. Eles podem reaparecer em outro lugar em uma situação muitíssimo diferente, interferindo no curso da vida de pessoas que você não imaginaria.

Já falei isso na postagem sobre O Festim dos Corvos: vendo que o livro ficaria extenso demais Martin não quis cortar a história no meio, preferindo deixar alguns personagens de fora do quarto livro e os colocando no quinto, Dança dos Dragões. Apesar de se tratarem do mesmo período temporal, o primeiro se passa nos arredores de Porto Real, enquanto este foca nos personagens nos arredores da Muralha e nas Cidades Livres. Intrigas, injustiças, reviravoltas, feitiçaria, dragões, traições, está tudo lá. No mundo incrível que Martin criou, é claro.

Assim como vi no Festim, esse é um momento de recolocar as peças no tabuleiro. É hora de recolher os destroços e pesar as vantagens para escolher um rei ou rainha para apoiar.

A melhor parte dos livro da Guerra dos Tronos são as surpresas. Como não há um narrador onisciente nós ficamos à mercê do que os próprios personagens "centrais" acreditam. Quando eles se surpreendem, nós nos surpreendemos junto. A não ser em alguns casos em que é possível ficar atento a algumas dicas sutis que Martin deixa. Fico animada quando percebo alguma coisa que não está totalmente explícita, rs. Era engraçado quando chegava a esses momentos reveladores e surpreendentes eu literalmente pulava da cadeira. Ajeitava a postura e lia de novo pra ter certeza de que não tinha entendido errado. Martin é incrível.

Acabo de terminar a leitura. Estou chocada, como sempre fico ao terminar um dos livros da Guerra dos Tronos. E ansiosa pelo próximo  volume, como sempre fico ao terminar um dos livros da Guerra dos Tronos.

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