Livro | O Festim dos Corvos


Com os outros volumes da série me esforcei para não deixar nada escapar sobre o livro anterior, mas dessa vez acabei revelando algumas coisinhas dos outros livros. É um desabafo descompromissado, e quem não leu o livro provavelmente vai ficar boiando, mas até que não tem nenhum grande spoiler.

Esse foi o livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo que eu mais demorei para ler. No início eu nem estava gostando tanto assim. Em parte porque o ritmo é diferente, menos eletrizante, digamos assim e em parte por que George R. R. Martin, vendo que o volume do livro ficaria extenso demais, e sentindo-se insatisfeito com a ideia de cortar o livro pela metade, resolveu contar a história inteira pelo ponto de vista de metade dos personagens, e isso fez com que alguns de meus personagens favoritos ficassem de fora.

O ritmo desse volume é mais desacelerado. Já não há batalhas. Pelo menos não aquelas que se ganha com exércitos armados, mas ainda assim vemos muita violência. Os corvos tanto vazem festim pelos resquícios dos combates sanguinolentos anteriores como também por uma tal matilha de lobos selvagens comandada por uma loba gigante, mas principalmente pelos ataques dos fora-da-lei, principalmente por causa destes, que tocam o terror por todo canto que passam, sem contar com os que acompanhavam Lorde Beric, que antes buscavam justiça, mas agora sob o comando de uma tal senhora a quem chamam Coração de Pedra, ninguém encontra outra piedade senão a da forca. Desde o início eu já sabia quem era essa tal mulher, mas imaginava que ela estivesse seguindo os mesmos passos de seu seis vezes morto predecessor, mas, nossa, quando a trouxe de volta à vida Beric Dondarrion estava cometendo um grande erro.
É nesse cenário desolado que Brienne está na sua busca e através dos olhos dela enxergamos a miséria em que se encontra o povo. Sempre simpatizei com Brienne e gostei de vê-la tendo mais espaço e conhecer melhor sua história.

Nunca imaginei que fosse gostar de Jaime Lannister, desde o A Fúria dos Reis  tenho mudado a minha visão a respeito dele, e agora me parece um homem muito diferente do que costumava ser, mas apesar disso sua fama o precede, e claro que ninguém vai acreditar que o Regicida é um homem de honra. E isso é uma pena.

Gostaria de ver mais Arya, ou Nan, ou Arry, ou Pombinha, ou Salgada ou seja lá qual outro nome essa menina já tenha adotado, sendo o mais recente Gata das Docas. Mas ela na verdade não quer ser ninguém. Me incomoda vê-la tentando perder sua personalidade. E também há Sansa, quero dizer, Alayne, filha ilegítima de Patyr Baelish, e que homem astuto e traiçoeiro é este... Engraçado como no primeiro livro os Starks eram com certeza os personagens principais, mas agora as atenções estão focadas em outras casas como os Martell e os Greyjoy, que eu nem dava assim tanta importância.

Algumas coisas me intrigam, como quem seria o misterioso homem e o que ele teria feito com Pate? Ao terminar tive que reler o prólogo para entender melhor e só fiquei mais confusa. Sam está entrando em uma armadilha? Se bem que não vejo muitas alternativas para ele na situação em que se encontra e essa minha curiosidade só vai ser saciada dois livros adiante.

O Festim dos Corvos é um livro diferente dos anteriores, mas continua sendo ótimo. Mesmo sem tantas reviravoltas, ainda haviam muitas intrigas e conseguiu deixar um gosto de precisourgentementeleropróximo. Ao terminar tive impressões distintas: senti um nó na garganta e uma sensação de justiça, fiquei confusa e surpresa.

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