Livro | Primeiro eu tive que morrer - Lorena Portela

A vida é feita de ciclos. Ou de fases. Ou de ondas. Ou de mergulhos.

Quando digo isso estou me misturando com o livro. Me misturando com essa história de uma mulher que poderia ser eu. Uma mulher adoecida por uma busca de perfeição profissional. Adoecida por traumas passados. Impedida de viver sua afetividade devido ao medo de repetir os mesmos erros, de recair nas mesmas armadilhas.


A protagonista sem nome, a qual acompanhamos nesse romance de estreia de Lorena Portela, é "obrigada" a tirar um período de férias após um burnout. É uma história de cura e redescoberta, que cai em alguns clichês, trata de alguns temas pesados a partir da abordagem do sofrimento psíquico, mas que tem uma narrativa muito leve e gostosa. 

A história junta várias mulheres em seus traumas e alegrias. Mulheres diferentes, vindas de diferentes lugares sociais e geográficos, que se curam juntas. Acho bonita a irmandade que se forma num processo de ressignificação da dor sem cair numa romantização desse sofrimento. Pelo contrário, dá pra sentir: é um incômodo quase físico e palpável; uma vontade de sacudir a protagonista e dizer pra ela parar de remoer esses pensamentos intrusivos. Muito identificável, afinal, quem nunca?

A história se passa numa Jericoacoara quase mística. Com seus cenários hipnotizantes e habitantes carregados de histórias. É nesse ambiente se misturam sentimentos de amor e desamor numa jornada de auto-conhecimento.

Foi um livro que me tirou do hiatus de muitas leituras incompletas e que me deu aquela vontade de voltar a Jeri.

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