Este texto é sobre o internato

Como toda a trajetória dessa reta final seguiu um percurso tão perfeito. Começando por Saúde Mental, já ampliando nossa clínica nas redes, rizomas, raízes. Plantando nossos pés no chão e nos aproximando daquilo de mais pessoal e íntimo de cada ser humano que nos tocou e nos permitiu criar vínculo. Vínculo. Nunca ouvi tanto essa palavra na vida do que durante esse rodízio. Obrigada especialmente a Lidiane por todo o acolhimento e Joyce por me fazer gostar de psicanálise.

Em seguida veio a clínica cirúrgica. Espaço o qual, confesso, não me trazia boas expectativas. Mas combinei comigo mesma: vamo de peito aberto. E assim fui, e me surpreendi com o quanto passei a gostar da área, principalmente a fritação da emergência cirúrgica, e um pouco menos das cirurgias que se prolongavam além do esperado. Existe beleza em curar feridas (tenho o registro delas em diversos álbuns no meu celular, ossos do ofício), e existe beleza na resposta aguda.

E lá veio a área para a qual eu me achava menos qualificada. E olhe que era a área em que eu passei boa parte da graduação discutindo em liga acadêmica. Clínica médica. Ser uma boa clínica, independente do que vier depois é o meu maior objetivo. Espero estar chegando pelo menos próxima a isso. Tive a sorte de encontrar profissionais excelentes, residentes parceiros e preceptores que enxergam além (as vezes até demais). Obrigada, João, sua validação significa demais para mim. Obrigada, Wagner, por enxergar as dores da alma.


Sobre a sensação de estar pertinho do fim e não se sentir suficiente. De não de permitir viver a plenitude do momento por não se achar merecedora. Fantasmas que me perseguem, mas tenho aprendido a lidar, e a transformar a insegurança em força.

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