F
Ontem recebi uma notícia triste, a morte de uma professora que foi essencial na minha jornada acadêmica. Aprendi tanto, mas tanto... A ser questionadora, a enxergar fora da caixa. A descolonizar, desconstruir, transversalisar. Mas não somente isso, ela me fez me sentir muito querida, e ao mesmo tempo não. Isso me deu uma dimensão da importância da minha voz, e da dureza da vida real. Com ela fui introduzida aos estudos de gênero e qualidade de vida essenciais para a formação profissional e pessoal. Aprendi epistemiologias outras, saí do tradicional e nunca mais voltei. Isso é gigante. E seu sorriso era contagiante. Era poesia. Fran era uma mulher trans, ativista, negra, doutora, professora apaixonada pela arte de ensinar. Sou grata por ter tido a oportunidade de conhecê-la, conviver, discutir e fazer ciência com ela. Tivemos entraves pelo caminho, e tínhamos discordâncias, afinal ninguém é perfeito, e todo esse conjunto enaltace a beleza e a inspiração que a existência...