Diário de Interna | Unidade de Terapia Intensiva

O internato é cheio de primeiros dias.

E o primeiro dia na UTI foi muito chato.

Eu estava praticamente de virote, porque tinha viajado no fim de semana anterior, e o grupo de amigos com o qual eu estava decidiu viajar de volta na segunda-feira (hoje) bem cedo. Acordamos às 4 da manhã para dar tempo chegar tranquilos no primeiro dia de UTI.

Se tem uma coisa que eu não tolero é privação de sono. Talvez esse seja um problema para mim, no futuro, quando começar a dar plantão, mas não pensemos nisso agora. O fato é que dormi pouco e dormi mal, o que me deixou mal humorada, distraída e cansada. E o café não me salvou.

Eu já estava com uma tendência a não gostar da UTI, porque nas semanas anteriores eu estava na emergência. No ritmo frenético da emergência. E daí, de repente estou na UTI, que apesar de ser um ambiente de pacientes graves em situação crítica não tem a rotatividade e nem a demanda de atividades da emergência.

Logo me senti entediada. E nesse meu primeiro dia não houve necessidade de fazer nenhum procedimento. Tédio. Fiquei quatro horas lá dentro, mal humorada, distraída, cansada. 

Não gostei. 

Alguns dos dias na UTI são assim. Porém, como um amigo disse, não existe plantão tranquilo. Se o dia passou sem intercorrências, é sinal de que a noite será movimentada.

A UTI, como o nome diz, é um lugar de intensidades: oscila entre a monotonia e o caos.

E assim vamos jogando com esse equilíbrio, descobrindo as rotinas e os percalços e fazendo o melhor possível pelos pacientes, por nós mesmos, pela equipe.

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