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Estou em São Paulo

Já contei pra vocês que estou fazendo um detox de celular. Deletei os aplicativos que eu mais usava no celular: twitter e instagram. Pensei em acessar pelo notebook quando desse vontade, mas nesse período eu só precisei abrir em dois momentos específicos. Engraçado. Eu tinha um pouco de FOMO quando estava no twitter, porque muita coisa viraliza e é legal você ver a coisa acontecendo em tempo real. E tudo o que acontece aparece no twitter primeiro.  Agora eu assisto uns vídeos no youtube, ouço uns podcasts e me dou por satisfeita, porque as principais informações acabam chegando até mim de uma forma ou de outra. Por exemplo, estou sabendo tudo sobre a participação da Camila Fremder no podcast Vênus Day Talks (o Vênus errado). É uma treta inútil? Sim. Mas me diverti muito acompanhando. Também estou sabendo que o instagram do Hytalo caiu depois de um vídeo que o Felca postou denunciando adultos que se aproveitam de crianças e adolescentes pra lucrar em cima de um conteúdo bastante duv...

Miojo

Esses dias eu fui tomar café da tarde na casa de um amigo e ele perguntou quando tinha sido a última vez que comi miojo. Nossa, acho que faz mais de 10 anos desde a última vez que comi miojo. Então ele disse que fazia muito tempo que ele não comia, mas que estava com tanta vontade que acabou comprando um e comendo no dia anterior. Pensei, nossa, que coincidência. Eu tenho sentido muita vontade de comer miojo ultimamente. Só não comprei por força do hábito mesmo. Mas parei pra pensar. Não é coincidência. Eu tenho visto algumas propagandas de miojo na tv e na internet, e nas redes sociais as pessoas tem falado muito de miojo e enaltecendo o de sabor tomate da turma da mônica. Eu nunca comi o miojo sabor tomate da turma da mônica e tive vontade de experimentar.  Essa influência me deixou meio chocada. Porque não foi diretamente um publicidade. E não parecia ser a intenção das pessoas que eu vi postando sobre. Eu geralmente sou muito consciente sobre as coisas que compro. E tudo bem qu...

Microbiologia, vacinas e registros

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Nesse último mês eu estava fazendo um estágio no laboratório do hospital. Estava me sentindo em casa. Sabe, eu amo microbiologia. Acompanhar o crescimento dos microorganismos. Observar como cada agente se apresenta com colônias de cores, formatos, texturas e cheiros diferentes. A microbiologia é linda, eu adoro. Desde a faculdade eu sou fascinada pela microbiologia, e talvez isso tenha pesado para que eu escolhesse me especializar em infectologia. Estando no estágio do laboratório eu não tinha grandes obrigações, afinal o laboratório não poderia depender de mim para funcionar. Então a princípio eu apenas observava os técnicos trabalhando. Semeando nas placas. Corando lâminas de gram e ziehl. Testando coagulase.... seguindo o dia-a-dia. E até apenas isso já estava sendo bom demais. Tive "sorte" de estar em um mês com muitos achados interessantes, entre criptococos e bactérias multirresistentes. Até que na minha ousadia, com as lembranças da minha época de monitoria de microbio...

Posso?

Faz tempo. E eu nem lembrava quanto. Na verdade faz menos tempo do que eu pensava. E isso nem é importante mesmo. Só me deixa ter direito a um pouquinho de futilidade. Eu tenho esse direito, não tenho?    O direito de não fazer sentido.    Se tenho, me deixa aproveitar dele hoje. Não estou afim de ser direta. O dia-a-dia já me obriga a ser direta o suficiente. E a obedecer as normas cultas o suficiente. Eu tenho esse direito, não tenho?    O direito a uma licença poética.    Não sempre, só de vez em quando mesmo. Já não lembro mais das minhas motivações. Vim aqui corrigir uns erros imaginários que nem são tão importantes assim.

Lucio

Estávamos os três almoçando enquanto uma colega contava que um médico idoso que a estava supervisionando deu em cima dela. Ele não chegou a ser um assediador nojento, abordou ela com certo charme até, convidando ela para jantar. Mas o momento não parecia o mais adequado. Além do que a colega não tinha mesmo interesse. - E você não aceitou o jantar?  - Não! Ele tem tipo... Duzentos anos!  - Oxe, se fosse eu, eu ia. - Tu ia o quê Lúcio! - Ia mesmo. Se eu fosse mulher eu não ia prestar não, gente. 

indo para a semana número sei lá quanto

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Faz pouco tempo que comecei a dar plantões, mas parece até que tem mais tempo. Salvei algumas vidas, frustrei algumas outras, enchi muito o saco dos meus colegas, discutindo casos em que me sentia insegura. Vivi bastante coisa, mas ao mesmo tempo me pergunto quando vai passar essa sensação de medo do que está por vir. Quando eu vou começar a ir em paz? Estou aqui arrumando minha mochila com medo. E se eu não souber lidar com o que surgir amanhã?  As vezes acho que a enfermagem passa por cima de mim, e isso me deixa ressentida. Mas também se não fosse por elas eu estaria perdida. Rimou sem querer, mas foda-se o eco, eu até gostei. Comecei a escrever este texto um mês depois da minha formatura. Ele ficou aqui perdido no meio dos rascunhos e é muito engraçado - talvez desesperador - que a sensação continue aqui. Quase a mesma. Quase é bom. E hoje minha vida está infinitamente diferente de como estava naquela época, mais ou menos um ano atrás. Não tô nem mesmo mais na mesma cidade. Est...

Alien azul

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E lá estavam as estrelas, perfeitamente visíveis. Gostaria de saber identificar constelações, parecia ser um céu propício pra deitar na areia da praia, olhar pra cima e dar nome às estrelas. Não deitei na areia, apenas olhei pra cima por um breve instante que pareceu ter durado muito tempo. Mas com certeza não foi uma contemplação demorada, essa é só a impressão que dava diante da atmosfera do festival. Um negócio meio etéreo. Apesar de que eu estava completamente sóbria.  Estava em frente a um dos palcos, rodeada por pessoas várias desconhecidas. Estranhamente confortável no meio da multidão. Tocava um techno que eu nunca havia escutado antes: Era um grupo de músicos instrumentais que tocavam sopro e percussão junto com batidas de música eletrônica. Technobrass. Surreal de bom. Pulava ao som do techno e via a beleza da lua agora já entremeada de nuvens. A banda toca uma música chamada Praia. Propício. Em meio às batidas da música as palhas do coqueiro ao meu lado também começam a ...