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Mostrando postagens de agosto, 2021

ai, que ódio

hoje me aconteceu algo que me deixou com muita raiva. ódio. algo envolvendo o transporte público de feira de santana. uma história um pouco desinteressante, que não vale a pena contar. bom, boa parte das coisas que conto são desinteressantes e eu tento, muitas vezes sem sucesso, torna-las interessantes a partir de minha narrativa. mas por que estou contando sobre algo que não vou contar?  porque fiquei com ódio. pensei em mandar mensagem pra alguém pra desabafar meu ódio. mas desci antes do meu ponto, e vim sozinha pela rua, uma avenida bastante movimentada de carros, mas com pouco movimento de pedestres. apertei o passo, pra chegar rápido em casa, e preferi não pegar o celular pra mandar mensagem pra ninguém. quando chegasse em casa eu mandaria. fui andando. pensando e remoendo o ocorrido. descontando o ódio nas minhas passadas rápidas. e quando cheguei em casa o ódio já tinha passado, e não contei a história para ninguém. talvez tenha falado a respeito de forma trivial com uma ou...

Dia da amargura (a mensagem que não vou enviar para o meu pai)

A cada ano esta data me remete a um sentimento diferente. Não que a minha relação com meu pai se transforme. Nossa relação está estagnada em 1997, quando fui abandonada. Eu que me transformo, apesar de não superar, o que fica claro quando chego a me dar ao trabalho de escrever um texto a esse respeito.  As vezes eu estou muito bem e então penso em como eu o amo apesar dele não merecer, ou então penso nas figuras masculinas que tive na vida, para além do meu genitor. As vezes eu fico muito triste, e o culpo por meus problemas, penso em tudo que perdi por não tê-lo por perto, e como era difícil, principalmente durante a infância. As vezes fico com ódio, dele por ser tão ausente, e de mim por me importar tanto.  Hoje eu tô bem recalcada. Não quero nem entrar nas redes sociais porque está me fazendo mal ver tanta gente feliz com seus pais presentes. E até acredito que meu pai seja bom para aqueles filhos que ele ainda não abandonou (somos quatro ao todo), eu gostaria que isso não ...

a máquina de fazer interrogações

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eu ia escrever sobre a máquina de fazer espanhois, de valter hugo mãe. mas meu fluxo de pensamentos me levou para outro lugar, portanto desisti da resenha, que eu nem gosto de chamar de resenha de qualquer forma, e resolvi me jogar em outras memórias e outros relatos bastante conectados a leitura desse livro. coisa pessoal. comecei a ler a máquina com bastante estranhamento pela escassez de sinais de pontuação, principalmente por conta da falta de sinalização dos diálogos. e agora cá estou eu experimentando o estilo e me sentindo muito estranha. eu gosto das minúsculas, sim. mas gosto demais das possibilidades dos outros recursos, sou fã da eloquência das exclamações, e da dramaticidade das interrogações. é tão difícil imprimir a emoção sem tantos desses elementos. assim acho eu. mas hugo consegue, saramago consegue, raduan nassar consegue. tenho uma história engraçada com relação a saramago de quando eu li ensaio sobre a cegueira. na época eu era adolescente e achei o livr...