No dia que eu descobri quantas rodas tem num ônibus
O motorista sempre chega cedo. Nesse dia ele se atrasou um pouquinho e terminou que nós saímos de Valença depois de todos os outros ônibus de todas as outras cidades já terem ido embora. Se acontecesse alguma coisa na estrada não teria mais quem nos socorresse naquelas 22:30. Demos carona pra pessoal de Taperoá e viemos na baderna. Eu já disse aqui que o motorista detesta bagunça. Antes de chegar em Taperoá ouvimos um estrondo. Eu, que estava cochilando, levei um susto tão grande que dei um grito, e o barulho nem foi do lado do ônibus no qual eu estava. Uma menina disse que viu uma coisa branca bater na janela na hora do estrondo. Passei um bom tempo tentando imaginar o que teria sido, mas não pensei em nada racional. Do jeito que sou dramática, a cada curva eu sentia que ouvia as batidas do pneu regaçado na pista, o barulho de metal raspando asfalto e (não sei se era só impressão minha) o ônibus pendendo para a direita, eu achava que íamos capotar. Mas fiquei lá na maior cara de...