Rolezeirah e Vegetarianah - Bordejando no Capão (parte 3)

Ser vegetariana no Capão é muito de boas. 

Durante a semana que passamos lá consegui me apaixonar pela culinária local, cheia de variedade vegetariana, vegana, orgânica. Percebemos uma forte onda naturalista, e faz sentido que boa parte da população não coma carne. Na Unidade de Saúde há até uma campanha de suplementação de Vitamina B12, mas isso é o de menos. 

De uns tempos para cá tenho me aproximado da ideia e entendido que ao contrário do mito de que a comida vegetariana é muito cara. Seguir algumas pessoas como Vegano Periférico e Luísa Motta (Larica Vegana) me fez desmitificar essa visão. Na realidade, a comida vegetariana é muito mais acessível (mais barata) e pode ser muito gostosa, como comprovei no Capão. Digo isso porque vez ou outra faço refeições sem carne em alguns dias da semana, mas nada tão gostoso e bem temperado quanto o que experimentei nessa viagem.

Mas falando da viagem.

Houve dois lugares em específico que foram paradas obrigatórias durante quase todos os dias.

1 - Pizzaria AlCapãone

Essa pizzaria tinha um formato super legal. Havia um balcão na calçada, e em intervalos curtos de tempo pizzas mistas iam sendo dispostas. Cada consumidor se aproximava, pedia o pedaço que desejava e pronto. Se você não conseguisse pegar um pedaço daquela pizza, bastava aguardar mais uns 5 minutos que uma nova pizza era disposta no balcão para que as pessoas se servissem.

Se seu sabor favorito não estivesse à disposição no balcão você também podia solicitar que eles preparassem a pizza que você queria, pelo mesmo preço de 4 reais por fatia. Sim, essa maravilhosidade, a melhor pizza que eu já comi na vida custava 4 reais por fatia.

Os sabores vegetarianos eram super diversificados. A pizza campeã entre nós foi a de pesto, seguida da de azeitona. Mas também saíam outros sabores como milho, marguerita e alcaparra. A massa era bem leve, o recheio muito bem temperado, e à nossa disposição alguns molhos e pimenta, para incrementar. 

Também tinha pizza vegana, mas não experimentamos.

2 - Nutrir

Não sei exatamente todas as opções no cardápio desse bistrô, por que fui até lá atraída pela tapioca e pelo suco. A tapioca de lá era muito legal porque você podia montar a sua da maneira que preferisse. Eles tem um cardápio com opções de massa, tapioca ou crepioca, por exemplo; opções de queijo, qualho, gorgonzola dentre outros; opções de recheio como por exemplo cenoura sauté e confit de tomate, além de outros complementos como molho pesto. Cada uma dessas opções variava de 3 a 5 reais, e assim você ia montando a sua tapioca ou crepioca. 

A refeição que fizemos lá foi deliciosa, o ambiente era bem aconchegante, sem contar com os atendentes super atenciosos e fofos.

E houve uma iguaria em especial que todo o grupo provou:

Pastel de Jaca

Aqui não se trata de um estabelecimento específico, mas de uma iguaria local, por assim dizer. Ao visitar a região a gente precisa experimentar o pastel de palmito de jaca. Se você não gosta de jaca não tem problema, porque não se sente em nada o gosto da fruta.

Comemos o famoso pastel na entrada da trilha de Conceição dos Gatos, estava muito bem temperado e suculento, delicioso. Assim como provei também no Caminho das trilhas das Angélicas. Só não curti muito o que comi na praça de Caeté-açu (achei seco), mas também não me lembro o nome do lugar.

Passamos por outros lugares, consumimos outras coisas, mas esses três foram os destaques para todo o grupo. No geral, os preços são acessíveis. Digo isso para comida, bebida, artesanatos... tudo o que vi sendo vendido tinha um preço justo, sem exploração pra turista.

Tomávamos café por nossa conta, às vezes com um help do pessoal da pousada; O pacote que fechamos incluía almoço na casa de pedra, à noite sempre dava pra comer algo na rua, e talvez fazer um macarrão improvisado de madrugada quando a galera chegava dos rolês. 

Foram dias de fartura vegetarianah.