Casa de Pedra - Bordejando no Capão (parte 2)

Dando continuidade à narrativa...

Quando chegamos na Vila de Caeté-Açu fomos diretamente à pousada que passamos a chamar de "casa". Engraçado como em tão pouco tempo já reconhecíamos aquele lugar como um lar. Colocamos nossas bagagens lá e partimos para o nosso primeiro compromisso com Áureo Augusto, famoso médico da UBS de Caeté-Açu. Mas em outro momento falarei sobre Áureo. Agora vamos conversar sobre a nossa Casa de Pedra.

Ai, gente. Eu sei que minhas narrativas não são lineares. Mas organizo os textos da melhor forma que dá.

Lá na Casa de Pedra além da hospedagem também acontecem aulas de Capoeira de Angola. Então certas noites ainda assistimos uma partezinha das aulas, enquanto jantávamos do lado de fora, admirando a luta e a lua. Dividi um quarto com mais três colegas. Eu e Rafa, ficamos em um mezanino com varandinha que ficava na parte de cima do quarto, enquanto as outras duas ficavam embaixo em suas caminhas.


Acordar, levantar, ir até a varandinha ao lado da cama e ter essa vista maravilhosa.
Eu ia fazer um GIF desse vídeo pra poder postar, mas deu trabalho demais e falhei na missão. 

Eu me apaixonei pelo lugar e pelas pessoas. Muito atenciosos, resgatando nossas chaves (rolê aleatório), trazendo bolos de laranja com erva doce bem na hora certinha da noite em que a fome começa a atacar, sabe? Às vezes, enquanto esperava o café, ou o horário do rolê, eu ficava apenas admirando a beleza ao redor. O céu azul, a mangueira carregada no fundo, os corrimãos de madeira que pareciam ter brotado da parede...


Tínhamos sempre uma programação durante a manhã e tarde. Aproveitávamos as noites para ver o movimento na vila, comprar artesanatos, tomar um cerveja no Flamboyant. Alguns de nós eram claramente inimigos do fim, e ao voltar do rolê da rua fazíamos o nosso after em casa. Entenda como fomos privilegiados: à noite tínhamos a pousada só pra nós. Era nossa casa mesmo, de tão à vontade que estávamos.

Nos espalhamos pela cozinha, dormimos bem ou mal, tocamos nosso afoxé usando os instrumentos do pátio. Fizemos macarrão na madrugada e redemoinho na piscina. Sentimos o gozo da casa de madeira. Comemos cuscuz seco, e cuscuz com granola e coco (indico). Tomamos banho de piscina à noite, ignorando o frio. Entupimos o banheiro. Muitos rolês aleatórios que talvez mereçam um texto à parte.
Meditamos, respiramos, bebemos, cantamos, estudamos e admiramos a lua.

Em nossa casa cuidamos uns dos outros.

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