Do Recôncavo para a Chapada - Bordejando no Capão (parte 1)

Acredite ou não estou sendo cobrada a escrever sobre essa viagem. 
É, apesar dos hiatos todos ainda tenho fãs. Creia.

Vou dar a vocês um pouco de contexto antes de começar a narrar mais esse Bordejo: Sou estudante de medicina e atualmente estou no intenato - que é o nosso estágio - de Saúde Mental em Redes. Esse nosso rodízio do internato é bem diferentão. Perceba que não é um internato em Psiquiatria, mas em saúde mental, e isso faz toda a diferença. Mas explicar tudo isso é assunto para outro momento. Voltemos ao Bordejo.

Uma das atividades do internato é uma imersão no Vale do Capão, que fica na região da Chapada Diamantina. Mais especificamente no município de Caeté-Açu, onde nos envolvemos em atividades da unidade básica de saúde local (vulgo postinho de saúde), além de conhecer a vila, e cuidar da nossa própria saúde mental também. O nome do projeto é "Trilhas e Raízes", e esse nome guarda uma relação com a natureza e com a ancestralidade, elementos chave de todas as práticas de cuidados em que nos envolvemos.

Conhecer a Chapada era um sonho meu. E eu estava super animada pra realiza-lo nesse momento, na companhia de pessoas tão incríveis.

A saga da viagem começou bem antes dela mesma começar. Fizemos evento (que foi outra realização pessoal incrível), pedimos patrocínio, juntamos todos os trocados, nos organizamos da melhor forma possível para que a viagem se tornasse acessível. De Santo Antônio de Jesus até nosso destino foi uma viagem demoradíssima. Do recôncavo à chapada, levamos cerca de 9 horas dentro do ônibus. Partimos por volta das 5 da manhã, munidos de café, água, bolos variados e muitas expectativas.

Esse aqui é o nosso kit. Muito chique, né?

Em meio a cantorias, muitas paradas para aliviar as bexigas hiperativas, cochilos etc, começamos a ver a paisagem mudando. A vegetação se tornando mais seca, e mais serrana. Um pedacinho de mata aqui e ali, muitas fazendas cercadas em cada canto da estrada. Cidades pequenas indo e vindo. E assim fomos nos aproximando do nosso destino.

Fizemos até uma parada para registrar nossa passagem pelo Morro do Pai Inácio. Nesse momento eu estava meio dormindo, meio acordada, nem tive reação de aproveitar para tirar uma selfie. Mas a foto de grupo ficou tão tão linda, que compensou.

Em primeiro plano vocês podem ver trilheiros muito lindos, na beira da estrada, e ao fundo o icônico Morro do Pai Inácio.

O ônibus da universidade nos deixou em Palmeiras. E de lá até a nossa pousada precisamos pegar um outro transporte. Nós não fomos nada econômicos nas bagagens. Posso falar por mim: pense aí, que eu nunca tinha ido ao Vale do Capão. E a galera me disse que precisava de roupas frescas para o dia, roupas quentes porque a noite era muito fria, roupas de banho, tênis e calças legging para as trilhas. Amada. Caprichei. Na minha mala você encontrava suéter, blusa de lã e shortinho de piriguete. Opções, né non?

Acabou que o frio não era essas coisas todas (mas também, estamos em dezembro, ir lá no outono ou inverno é ooooutra história) e não cheguei a usar todas as roupas que levei. Um clássico, né amores?

Voltemos. Comentei da questão das malas nada econômicas para falar do perrengue que foi, numa van lotada, com cada pessoa levando uma mala + uma mochila, além de caixas de feira com nossos suprimentos de café da manhã (fechamos um pacote só com almoço para baratear nossa estadia). Era mala no fundo da van, debaixo do banco da van, em cima do banco da van, no colo das pessoas... E assim fomos. Felizes da vida. Talvez um pouco arrependidos das malas imensas, mas felizes da vida.

Nem cheguei em Caeté-Açu ainda, mas o texto já tá bem grande. Então aguardem, que teremos continuações.

Té mais!

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