Miojo
Esses dias eu fui tomar café da tarde na casa de um amigo e ele perguntou quando tinha sido a última vez que comi miojo. Nossa, acho que faz mais de 10 anos desde a última vez que comi miojo. Então ele disse que fazia muito tempo que ele não comia, mas que estava com tanta vontade que acabou comprando um e comendo no dia anterior.
Pensei, nossa, que coincidência. Eu tenho sentido muita vontade de comer miojo ultimamente. Só não comprei por força do hábito mesmo. Mas parei pra pensar. Não é coincidência. Eu tenho visto algumas propagandas de miojo na tv e na internet, e nas redes sociais as pessoas tem falado muito de miojo e enaltecendo o de sabor tomate da turma da mônica. Eu nunca comi o miojo sabor tomate da turma da mônica e tive vontade de experimentar.
Essa influência me deixou meio chocada. Porque não foi diretamente um publicidade. E não parecia ser a intenção das pessoas que eu vi postando sobre.
Eu geralmente sou muito consciente sobre as coisas que compro. E tudo bem que não cheguei a comprar o miojo, mas eu não teria refletido sobre isso se o meu amigo não tivesse falado da experiência dele. O miojo em si não é importante, ele é o bater de asas da borboleta. Talvez eu não tivesse me chocado tanto se naquele mesmo dia mais cedo eu não tivesse assistido um vídeo do httpedro (ele nem usa mais esse nome, mas eu só chamo assim), em que ele fala que um belo dia quando ele parou pra refletir acabou percebendo que durante o dia inteiro ele não teve nenhuma ideia original, pois não tinha se dado um único momento de tédio sem estar consumindo o conteúdo de outras pessoas.
Nessa última metade das minhas férias eu fui naturalmente me direcionando para mais um detox digital. E assim como Pedro, eu deletei o aplicativo do twitter (jamais chamarei de X) e o instagram do meu celular. Eu sou muito viciada em twitter. Entendo todas as piadas de pessoas "cronicamente online" e quando não entendo eu cavuco a rede até descobrir. O que me leva a diversas espirais de informações inúteis. Não leve a mal, eu sou completamente adepta ao lema "a vida não é útil", mas tudo tem limite. Eu não suportava 30 segundos de tédio sem recorrer ao twitter.
Acho que minha cabeça estava precisando de um pouco de silêncio. Estar de férias me dá a chance de me readaptar, e estou trabalhando nisso. E não sou radical, não desativei o perfil, só excluí o aplicativo do celular, posso olhar em outro aparelho se quiser. Mas até agora não me deu vontade ainda.
O único app de rede social que mantive no meu celular é o pinterest, que as vezes me leva em buracos de coelho, mas me parece uma rede menos tóxica. Talvez eu delete em breve, caso a minha quantidade de pastas aumente de forma preocupante. Mas por enquanto estamos bem.
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