Não para não, vem cá, me dá a sua mão (Saga "Belém do Parááá" parte 1)

Fui pro 6 CBEU em Belém do Pará com o ônibus da universidade e com garantia de alojamento. Me inscrevi com meses de antecedência, mas até o dia da viagem ainda estava com aquele medinho das 60 horas (que eu achava que seriam 40) dentro de um buzão. Mas meus colagas me convenciam dizendo "Manu, pense nisso como uma aventura". E foi mesmo.

O evento (Congresso Brasileiro de Extensão Universitária) tem um tema tão abrangente que chama atenção de estudantes do Brasil inteiro. Gente do Sul, do Nordeste, do Sudeste, do Norte (obviamente)... só não conheci ninguém do Centro-oeste. A princípio um dos meus colegas encontrou o evento e planejou que apenas a nossa turma fosse, com algumas exceções. Mas grande parte dos meus colegas desistiu e abrimos a divulgação para todo a UFRB. O resultado não poderia ter sido melhor. Foi gente de enfermagem, de psciologia, nutrição, BIS (é claro), matemática (e que galera loooouca essa de matemática, viu), serviço social, jornalismo... muita gente. Lotamos dois ônibus. O que foi ótimo porque o CCS (Centro de Ciências da Saúde) organizou o evento, e nós temos fama de solicitar ônibus para 287397 pessoas e no dia da viagem aparecerem somente uns gatinhos pingados.

Saímos dia 19 sei nem que horas. Estava marcado para 4 da manhã, eu e meus coleguinhas Natalie e Kauai, planejávamos chegar lá 3:30. A saída atrasou bastante, ouvi gente dizer que ficamos esperando por 2 horas, mas não tenho certeza quanto a isso. Sei que foi um transtorno porque chovia, tirávamos nossas malas do estacionamento, parava de chover, voltávamos para a fila (todo mundo queria uma boa poltrona, né). Antes de embarcar eu estava muito nervosa, pensando se ainda dava tempo de desistir... Pensei muitas vezes em desistir, mas que bom que não fiz isso. Eu estava muito preocupada porque eu e mais quatro colegas fizemos reserva em um hotel em vez de ficar no alojamento. Hoje eu percebo que isso foi um erro, não por ter gastado mais dinheiro, afinal o hotel era barato, eu tinha banho quente, ar condicionado e café da manhã, mas pela falta de interação com as pessoas dos outros cursos. Eu sei que perdi de conhecer muita coisa porque não estava lá no alojamento quando o pessoal planejava fazer alguma coisa, como ir pra Marajó ou pra uma boate tecno brega.

Voltando à viagem. Fizemos uma parada de 40 minutos para que uma das organizadoras da viagem levasse um gato pra Cachoeira. Nossa, isso rendeu confusão para a semana inteira. Nós lá, no meio da pista esperando um gato. A menina era do ônibus 2 e eu do 1, mas fiquei sabendo que a galera de lá foi "miau" ou "meeeeeeeeeeoww" a viagem inteira. 

Que experiência, Rodamos bastante, enjoamos de tanto ouvir Polentinha do Arrocha repetidas vezes por falta de CDs e pen drives (por falar nisso o meu, salvador da pátria, está desaparecido). Sabe, sempre parávamos por volta das 8h pra tomar café e por volta das 12h pra almoçar. Haja dinheiro que aguente com esses preços de restaurante em beira de estrada. Os motoristas nos disseram que o carro tem rastreador e que eles não podem rodar além das 6 da tarde e nem partir antes das 3 da manhã. Isso é engraçado porque na volta eles queriam sair meia noite e rodaram até as 21h. Paramos no Piauí, numa cidade chamada Picos. Tomamos banho no posto, e fomos desbravar Picos. Encontramos um bar bem animado com um carro de som ligado e nos estabelecemos por lá. Era muita gente, não tinha cadeira pra todo mundo, mas isso não era importante. Éramos baianos fazendo baianisses, então dançamos o tempo todo tudo o que o cara botava no som.

Galera massa em Picos

O bar não tinha cadeira pra todo mundo
No dia seguinte, 5 da manhã estávamos na estrada de novo. Viajamos até o Maranhão, onde paramos para dormir e tomar banho num lugar chamado Zé Doca, num restaurante de beira de estrada que pra nossa sorte funcionava 24 horas e ainda tinha uma pousadinha próxima caso alguém não quisesse virar a noite acordado ou montar uma barraca ou jogar um colchão na varanda e dormir com os bêbado ou dormir no ônibus derretendo pelo calor. Zé Doca foi legal. Conhecemos uma pessoal bacana, brincamos de prezi prezi e bicho bebe e eu tomei cachaça pela primeira vez, mas calma lá, não fiquei bêbada.

E seguimos viajem. Ainda no Maranhão, estávamos atrasados, sem chance de sairmos do posto onde paramos às 3 da manhã e conseguir pegar o início do evento. Ficamos preocupados com o credenciamento. E nesse mesmo posto pararam para abastecer ônibus da Paraíba e de Piauí. Queríamos sair em comboio, mas os motoristas estavam cansados. 

Chegamos no Pará e paramos para almoçar. Então o pessoal viu em seus smartphones que o evento ainda não havia começado por causa de uma manifestação docente que estava bloqueando os portões. Isso nos aliviou um pouco, não havíamos perdido nada do evento atém o momento. Não lembro o horário em que chegamos lá, mas já era tarde. Pegamos a conferência de abertura, com uma palestra, não conseguimos nos credenciar, mas beleza, o credenciamento de estendeu por mais dois dias. E assistimos à apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem. Foi bem legal, mas não é todo mundo que se interessa por música clássica. Mas eu gosto. Não ando ouvindo Mozart por aí, mas admiro muito o trabalho dos músicos, foi fascinante. 

Chagamos nesse Hangar (o local da conferência de abertura) de buzão coletivo mesmo. Não é difícil pegar ônibus em Belém. Quer dizer, o sistema tem suas falhas mas ainda assim é melhor que o de Salvador. Eu me deslocava por todos os lugares como uma típica belenense. Ah, aí você me pergunta: mas e o ônibus da SUA universidade? Ele não levou vocês? NÃO. Não levou para os locais do evento e muito menos para pontos turísticos. É muita burocracia, uma pessoal mais engajado nesses assuntos bem que tentou, mas foi-nos comunicado que a solicitação e todo o roteiro planejando deveria ter sido repassado com antecedência e que os motoristas não podiam se desviar da rota. Todos os lugares que íamos víamos ônibus de outras universidades, parecíamos ser os únicos que estavam sendo transportados por conta própria.

A viagem foi cheia de transtornos para alguns colegas com hérnia de disco ou problemas de circulação ou com pernas grandes demais ou com um agrande circunferência abdominal ou intestino desregulado. Tenho sorte por não ter desses problemas. A viagem pra mim foi tranquila, dormi bastante, cantei o que faria com a barata da vizinha, bebi Jesus, conheci vários lugares e pessoas, comi em lugares caros e gastei mais dinheiro que tinha planejado, certo, essa última parte não foi boa.
Nem narrei os detalhes da viajem de ida e esse post já ficou imenso. Vou parar por aqui e depois conto como foi a estadia em Belém. Já estou com saudades. Depois posto as fotos também. É que não tenho câmera e a do meu celular é péssima. Preciso garimpar no facebook as fotos que meus colegas tiraram. E cê sabe como são os colegas que tiram fotos, não é? Demoram 2398029 anos para postar tudo.

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